terça-feira, 20 de maio de 2008

Não quero mais brincar de ser o fantasma do Gaiman que representa a dor. Minha mãe sempre me disse que eu sou assim porque quando ela tava grávida de mim, meu bisavô, que era a pessoa que ela mais amava no mundo, morreu. E toda a tristeza que ela tava sentindo naquele momento eu absorvi pra mim. Pode ser, eu já devia gostar dessas coisas desde o útero. Desde que me lembro isso tudo sempre esteve lá. Aqui.
Quero terminar meu video, filmar Isobel e ir trabalhar outro tema. O video é meio que sobre criação, e a criação pra mim sempre teve relação com a dor, como tema ou processo. E Isobel, bom, Isobel vocês vão ter que ver quando estiver pronto. Ela sofre pra caralho, poor thing, mas é como é.
Já vislumbro um tema que tem me interessando muito, que é a Estrada, cresce a cada dia a vontade de fazer meu Road Movie (todo diretor devia fazer o seu). A Estrada e o que ela significa parecem ser a coisa certa para suceder esses projetos, a idéia de sair por aí num lugar que não é o meu, deixar tudo pra trás, ser uma pessoa qualquer, sem passado, um outsider, que vai experimentando a vida sem expectativa de nada, enxergando o mundo por outra perspectiva, onde tudo é novo, o horizonte é mutante, você é livre e não deve nada a ninguém. Isso me atrai muito.
Acho que é um caminho.

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