segunda-feira, 22 de junho de 2009

Hitchcóckio!!



sexta-feira, 19 de junho de 2009

começa quarta-feira


:)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

jotabê

Fofa, brutal, PJ Harvey faz um clássico

Valsa, riffs stonianos, latidos e pós-punk convivem em A Woman A Man Walked By, novo CD da britânica e John Parish

Jotabê Medeiros

Candidato desde já a melhor disco do ano, A Woman A Man Walked By (Universal Music), de PJ Harvey e John Parish, é a mais cruel, áspera e bela estranheza a frequentar o universo musical na temporada. De sangue alternativo por excelência, PJ Harvey - paradoxalmente - consegue mover montanhas. Já tornou planetário o virulento refrão "just stick it up your fucking ass", da canção que dá título ao álbum.
Não se deixem enganar pelo jeito fofo e o olhar vulnerável e sonolento de PJ Harvey. Todos os que a conhecem sabem: essa mulher é brutal. Poeta e artista das grandes esferas, Polly Jean escreveu as letras do disco, e o produtor e músico John Parish fez a música. A mixagem do trabalho foi realizada por Flood (pseudônimo de Mark Ellis), mago dos estúdios que trabalhou com U2, Nick Cave, Sigur Rós, Jesus and Mary Chain e Nine Inch Nails, entre outros.John Parish tem em seu currículo diversas trilhas sonoras e também trabalhos com grupos como Eels e Giant Sands. Em 1996, ele já havia trabalhado com PJ no disco Dance Hall at Louse Point. Suas guitarras podem criar climas oníricos em dissonâncias à moda do Sonic Youth, ou remeter ao blues rock inglês dos anos 70 - e é o que ele faz, mas não só.
"Nós devemos amar, ou aceitar as consequências", sentencia PJ Harvey, em The Soldier, citando um certo poeta que não menciona. Um tom surrealista, além de um sabor de diálogo com a poesia clássica, perpassa as letras da menina elétrica PJ Harvey. Em April, por exemplo, a referência é obviamente a TS Eliot. Já a letra de Pig Will Not, segundo conta a própria cantora nas notas do álbum é a O Rebelde, de Charles Baudelaire.
Pretensiosa demais? Não exatamente. Imagine essa neblina de uma poética refinada convivendo com um colchão de punk sujo de clubes como o velho CBGB, nos anos 1970. É mais ou menos isso que dá para sentir em alguns momentos. Pig Will Not começa como uma avalanche punk e termina com um piano de space-jazz. O som pode remeter a Captain Beefheart, assim como Passionless, Pointless poderia perfeitamente ter saído de um disco do Dresden Dolls.
Sincera a ponto de parecer malvada, ela faz da bizarra valsa Leaving California uma espécie de anti-hino ao Estado americano. "Oh, me dê alguma sombra. Oh, Inglaterra, venha logo. Como pude acreditar que poderia viver e respirar em você?/ A Califórnia me matou/ Eu acho que é tempo de partir/ Eu não disse a ninguém que ficaria."Canções de perda e sofrimento, como The Chair, Crack in the Canvas e Sixteen, Fifteen, Fourteen, criam um clima meio doloroso, e os espasmos da memória de PJ Harvey são emoldurados por órgãos, banjos, violão acústico, teclados e gritos, latidos (não é brincadeira; ela late), sussurros e distorção.
Black Hearted Love, que abre o disco, é a faixa em que John Parish exercita sua porção "Rolling Stones 1967", com uns riffs à moda de Keith Richards. Entre as sombras da poesia de PJ Harvey, a inocência rocker dos anos 1960 parece procurar chão firme.Em alguns momentos, como em The Chair, PJ Harvey faz lembrar a misteriosa Nico (a cantora alemã Christa Päffgen, que integrou por breve e fulminante período a banda vanguardista Velvet Underground). Um resenhista disse que parece homenagem à diva do trip-hop, Beth Gibbons. Mas é um trip-hop de cabaré, decadentista.Em outros momentos, PJ é puramente uma "filha" de Patti Smith, mas com um componente de ternura - e ela também não faz política no sentido esquerdista, como Patti Smith faz. Fala das tropas entrando no Paralelo 39, mas se preocupa muito mais com as avarias emocionais que o soldado traz em seu retorno. Essa cicatriz é para sempre.Garota do interior da Inglaterra, que cresceu no condado de Hardy, entre ovelhas e os amigos malucos dos pais hippies, Polly Jean Harvey é uma força incomum no mundo do rock. Nos últimos dez anos, seu disco mais festejado foi Stories from the City, Stories from the Sea, de 2000. Mas nenhum álbum que ela lança tem qualquer coisa de irrelevante. Ela sempre pisa fundo. Nesse novo disco, ela acelera em direção ao abismo.

Letra
Uma vez eu conheci uma mulher-homem
uma amiga corajosa,eu pensei
Logo vi quão errada eu tava
Quando fomos emparelhados contra o muro
Ele tinha bagos de fígadode galinha
Ele tinha baço de fígadode galinha
Ele tinha coração de fígadode galinha
Feito de partes de fígadode galinha
Pequenas partes de fígado
Estava ficando careca precocemente
Toda paixão há muito esfriara
Mas eu queria explorar
Os úmidos becos de sua alma
Todo o tempoele tentou ajudar
Cuspiu na minha cara e riu
Aquela mulher-homem
Eu queria seu f... raboEu queria seu f... rabo
Eu queria seu f... raboEu quero o teu f... rabo
Meu amigo, meu dardo
Ele está parecendo
Atulhado em um táxi
Vejo você inteiro claramente
Chupando uma pequena ervilha
Chupando uma pequena ervilha
Meu, meu pequeno brinquedo
Ele é só um filho da mamãe
Onde está o seu fígado?
Onde está o seu coração?
O que há com todas as suas partes de mulher?
Agora é minha vez de rir
Só enfiando esse p... no seu f... rabo
TRADUÇÃO LIVRE DE LETRA DE A MAN A WOMAN WALKED BAY, DE PJ HARVEY

quarta-feira, 10 de junho de 2009

WONDERFUL

Crítica/ "A Woman a Man Walked By"

PJ Harvey volta teatral em CD difícil e fascinante

Cantora inglesa retoma parceria com o músico John Parish em disco rústico
BRUNO YUTAKA SAITO

PJ Harvey é uma mulher infiel. Não gosta de se prender. Já foi a roqueira reclamando do amante que a deixava seca, a sedutora e perigosa femme fatale, a francamente louca. A cada disco, adquire uma personalidade, seguindo constante na sua inconstância: é autêntica camaleoa do rock. "A Woman a Man Walked By", o mais recente CD, abriga novas faces da cantora inglesa de 39 anos. A mulher e o homem não estão apenas no título. PJ tem a companhia do músico e produtor John Parish, amigo de longa data que co-assina a autoria do disco. Uma ideia básica guiou o trabalho: criar músicas que soassem diferentes de tudo que os dois já tivessem feito antes. O resultado são dez canções cruas, com instrumentos que remetem ao rústico e ao folk, como o banjo e o ukulele. Com clima angustiante, os temas vão do grotesco a descrições de morte e pesadelos. Não é um caminho fácil de seguir -considerá-lo ruim é o atalho mais rápido. Mas para onde quer nos levar esse estranho casal? Em entrevistas recentes, PJ nega tratar-se de trabalho teatral, em que cada música seria a representação de um personagem específico, apesar de ser exatamente esta a sensação transmitida pelas diferentes entonações da cantora, guiada pela dramaticidade das letras.Em "The Soldier", PJ tem um sonho onde é um soldado que anda sobre rostos de mulheres mortas e todos aqueles deixados para trás. Angustiada, canta em falsete, como se estivesse prestes a morrer. No mesmo registro vocal e com clima de mistério, fantasmagórico, ela canta, em "Leaving California": "Como fui cruel em imaginar que eu poderia mudar você". O tom muda radicalmente em "Pig Will Not", inspirada no poema "O Rebelde", de Charles Baudelaire, em que um pecador se recusa a seguir um anjo. PJ incorpora a negação definitiva do personagem e canta a plenos pulmões. Chega até a latir.Na raivosa faixa-título, ela exagera no tom, geme nervosa e conta as agruras daquilo que parece ser um hermafrodita. É como naquelas peças de teatro intensas em que o espectador não sabe se ri ou se chora de emoção. Esses extremos, no entanto, não chegam a diminuir o impacto do disco. A faixa de abertura, a mais tradicional "Black Hearted Love", entre o rock e o blues, é uma das melhores músicas já cantadas por PJ ("quando você chama meu nome em êxtase/ eu ofereço minha alma em sacrifício"). Tematicamente, faz par com a amarga "Passionless, Pointless", um raio-x de final de relacionamento na tradição de "Love Will Tear Us Apart", do Joy Divison. É um ex-casal que ainda dorme na mesma cama, cada um com o rosto virado para paredes opostas. Ela não encontra mais carinho nas mãos do amante. Nesse contexto, o verso "para onde vai a paixão?" entra no rol dos grandes mistérios da vida.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

sábado, 6 de junho de 2009

melhores amigos




terça-feira, 2 de junho de 2009

somebody that i used to know

I had tender feelings that you made hard
But it's your heart, not mine, that's scarred
So when I go home, I'll be happy to go
You're just somebody that I used to know
You don't need my help anymore
It's all now to you, there ain't no before
Now that you're big enough to run your own show
You're just somebody that I used to know
I watched you deal in a dying day
And throw a living past away
So you can be sure that you're in control
You're just somebody that I used to know
I know you don't think you did me wrong
And I can't stay this mad for long
Keeping a hold of what you just let go
You're just somebody that I used to know
elliot smith