sábado, 24 de maio de 2008

crickets

E daí eu deito na varanda e fico ouvindo o que os grilos têm pra me dizer... o céu ainda azul, as estrelas ainda tímidas vão acendendo uma a uma...
uma oração, como um ooooommmmmmm contínuo mas é um criiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii , vou pra tantos lugares, vejo eu, vejo você, vejo todos, a felicidade, a frustração, tudo ao mesmo tempo turbilhando e desembocando num grande nada, onde tudo co-existe. No final só a mais absoluta agonizante paz.
Os grilo se calam, o céu está escuro e as estrelas brilham tanto quanto num filme de ficção científica no momento anterior à chegada dos ets.

Hora de voltar e ponho pra tocar "To bring you my love". Pj, claro. O meu disco preferido, não adianta. Vou ouvindo e viajando esperando a última faixa, "The Dancer", que pra mim é o clímax e você precisa ouvir o disco inteiro pra chegar nessa faixa, ela faz parte de um contexto e ouvir ela (ou qualquer música desse álbum, ou de qualquer bom álbum) separado do resto, pular uma faixa se quer, é uma Heresia, aquela ordem existe por um motivo, que é te conduzir num caminho. Aí chega a música e fico torcendo pra ela não acabar nunca. Uma sacanagem deixar o clímax pro fim, porque quando acaba, acaba o disco, a Pj vai me deixar lá sozinha e daí o que eu vou ouvir agora? Nada bate isso.
Mas nessa hora já cheguei em São Paulo e me distraio com o som dos caminhões, dos meus pensamentos e já me encontro muito distante de tudo aquilo que os grilos me disseram.

Nenhum comentário: